domingo, 14 de maio de 2017

ATUALIZAÇÕES

Depois de alguns anos sem dar notícias, hoje me bateu uma vontade imensa de escrever. Eu sei, é muito. Mas nesse período muitas coisas aconteceram e meu tempo foi ficando curto. Quando sobrava um espaço, vinha o cansaço e eu não conseguia.
Enfim, sem delongas,  vamos começar pelo básico.  Continuamos morando em Niterói. Miguel frequenta a escola no terceiro período (acho que algo como o antigo Jardim III), fez amiguinhos e segue na luta (que vou me aprofundar mais tarde).
Eu parei de trabalhar para cuidar dele, tendo em vista a demanda de especialistas e dedicação que ele precisa nesse momento (também outro assunto a ser aprofundado).
Agora, vou explicar melhor.

Miguel vai completar sete anos no dia 20 de junho.
Uma criança normal com essa idade, fala perfeitamente, desenvolve raciocínios, argumenta, faz perguntas gerais para entender o mundo e seus “porquês”.  Pesa em torno de 20 quilos e tem uns 115 cm de altura. Ainda não lê, mas está em fase de pré-alfabetização.
Miguel ainda não fala muito bem. Se comunica em terceira pessoa (Miguel quer, Miguel fez). Não raciocina linearmente, ou seja, tem frases prontas para cada situação e as repete muitas vezes. Ainda não sabe perguntar e se expressar de forma clara.  Miguel tem 13 quilos e 107 cm de altura.  Continua um Passarinho.
Mas isso é muita diferença. E por mais que se evite as comparações com outras crianças, quando chega na escola, não tem jeito. Vem o soco no estômago que você passou o tempo todo fugindo.

Nesse tempo sem escrever, como disse aconteceram muitas coisas e a divisora de águas foi ser chamada na escola para uma reunião. A Coordenadora Pedagógica expôs na minha cara o que eu já via em casa, mas estava propositalmente deixando rolar. Queria ver se ele conseguia progredir sozinho. Para mim, tudo não passava de prematuridade e uma hora qualquer tudo ia se resolver.
Mas isso não aconteceu. Ela disse que ele não acompanhava as outras crianças. Mandou eu procurar um neurologista, fazer alguns exames e consultar outros profissionais para tentar ajudar.
E foi o que eu fiz. Foram vários especialistas, alguns não deram certo. Ouvi muito absurdo, e até que se confie em alguém, demora.
Entendam, nenhum dos médicos me disse o que eu queria ouvir. Mas eu precisava de profissionais coerentes e confiantes para dar um diagnóstico.
Nesse período perdi meu emprego e fui levando Miguel aos médicos enquanto tentava me realocar.
Fomos a três neurologistas diferentes, três fonoaudiólogas, um oftalmologista, duas endocrinologistas, uma nutricionista, uma psicóloga e uma psicopedagoga. Ufa.
Para resumir: Miguel tem um estrabismo que é acompanhado, tem uma Fono sensacional que mais parece uma terapeuta, uma Psicóloga genial e sábia que salvou minha vida depois do “diagnóstico” (papo para outro texto). E uma Neuro centrada que bateu o olho, mandou a real que coincidiu com a mesma opinião da psicóloga (mas elas não se conhecem).


Conseguimos nos acertar e agora o trabalho é outro. Mas esse papo fica para a próxima. A conversa é longa e complicada.
Só posso adiantar que as coisas mudaram. Eu mudei, Miguel mudou. E me bloqueou a criatividade por um bom tempo. Muita coisa para reaprender e um choque para assimilar.

Desculpem a falta de poesia no texto. Mas eu precisava recomeçar de algum jeito e esse foi o mais simples e franco que eu encontrei. E assim vou permanecer com simplicidade e sinceridade. Sem medo de me expor ou ser julgada.

A Mãe de Passarinho voltou. E com histórias para contar.

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